Conflito e dissenso no espaço urbano

Um simples atravessar a rua ou uma avenida expõe diversos níveis de conflitos e dissensos no espaço urbano. O corpus urbano apresenta-se como parte e parâmetro distinto e ao mesmo tempo indissociável da

Se a presença em si na cidade se impõe como posição conflitante e de resistência, como ou quais seriam os modos, as formas, as teorias, as subjetividades e as relações cotidianas que poderiam marcar, distinguir, separar, ocultar, homogeneizar e unificar a experiência, as linguagens e expressões na atualidade().

Igual-diferente como apresentado na obra de Carlos Vergara, de 1972 e no texto de Helio Oiticica (FUNARTE, 1972) poderia ser uma das entradas para tratar do tema proposto, tanto em relação ao corpo, quanto em relação à cidade. Esse olhar includente-excludente, ativo-passivo, mediato-imediato, complexo em si e humano por demasia apresenta tensão e distância temporal, não apenas indicada pelo uso do hífen, mas sobretudo por aquilo que necessita de tempo para uma análise e reflexão mais profunda acerca do tema e cuja apreensão imediata e instantânea pode possibilitar a mescla entre abstração e senso comum.

A provocação aqui proposta diz da apropriação real e existente dos corpos e do espaço urbano em relação a alguns sistemas de objetos e de sistemas de ações, múltiplas e não apenas unitárias, presentes na cidade. Se há incoerência entre palavras e ações antropofaguemos as leis, os estatutos e criemos outras ações, para além de interpretá-las e contrapô-las. Do posicionamento crítico-político à negação da negação...

O presente não é construído apenas por ruptura. Há inclusive a continuidade da barbárie, para além de movimentos e reivindicações insurgentes. Nesse sentido seria adequada a proposição de uma série de duelos pela HONRA através de exposições públicas discursivas entre atores e agentes, disponíveis em diferentes meios-mídias: linguagens, expressões, exercícios da palavra, não devem ser utilizados apenas em nome da arte, mas em nome do humano. Que permaneçam os conflitos e os dissensos, sem nos esquecermos dos desejos e dos afetos.


(Texto publicado nos Anais do encontro Debates em Estética Urbana >> caderno de provocações, em Novembro de 2010)

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